
Data Inclusão:
30/03/2020
Data Alteração:
01/04/2020
Categoria:
Doenças & Cura
Autor:
Sigilo Mistico
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
Segundo Rollo Mary, vive-se hoje a "era da ansiedade". Mas, o que é ansiedade? Por que a ansiedade é tão comum nas pessoas, na época atual? A complexidade da vida moderna, a competitividade, as pressões, os desafios que são impostos aos indivíduos, as frequentes e rápidas mudanças, a perda dos valores familiares e religiosos e os conflitos daí resultantes geram constantes estados de ansiedade, que nem sempre são resolvidos ou administrados positivamente.
A ansiedade traduz-se como expectativa e/ou esforço de adaptação ante situações da vida, podendo ser decorrentes de frustrações profissionais ou afetivas, conflitos conjugais, morte de entes queridos, situações sócio-econômicas desfavoráveis, tais como, perda de emprego, dívidas financeiras, etc. Incluem-se também o medo à violência, a acidentes e tudo o que a vida moderna traz no seu bojo, em seus aspectos mais negativos. Ao avaliar uma pessoa com ansiedade, deve-se prestar atenção à quantidade, tipo e efeito das sintonias. A ansiedade causada por "sentimento de incompetência, inadequação e impotência é um aspecto proeminente da perturbação". É importante ressaltar que existe a ansiedade normal e a patológica.
ANSIEDADE NORMAL
A ansiedade é uma sensação difusa, desagradável, de apreensão, "que pode ser acompanhada por uma ou mais sensações corporais - por exemplo, uma sensação de vazio na boca do estômago, aperto do tórax, batimentos cardíacos acelerados, sudorese, cefaléia ou súbita necessidade de evacuar. Inquietação ou um desejo de movimentar-se também são comuns". A ansiedade normal expressa uma inquietude interior, uma expectativa ou uma grande preocupação comuns a todas as pessoas. É ainda Rollo Mary que esclarece ser a ansiedade essencial à conduta humana. "A presença da ansiedade significa vitalidade".
Ficamos naturalmente ansiosos quando temos que prestar um exame, fazer o vestibular, enfrentar uma entrevista para conseguir um emprego, diante de uma separação ou morte de pessoa amada, mas apesar do estado íntimo enfrentamos o desafio e o superamos. A ansiedade, em determinada situação, é um estado de alerta que serve para avisar sobre um perigo iminente e possibilita que a pessoa tome medidas para enfrentar a ameaça. Na ansiedade está presente o medo. Afirma Mira Y Lopez, que "o medo é a mais primária das emoções humanas".
Existe o medo natural que todos temos e que a pessoa sabe identificar qual é e inclusive procura precaver-se contra o objeto do seu temor. O medo de ter sua casa assaltada por ladrões, por exemplo, é comum a quase todas as criaturas. Neste caso, as pessoas se previnem, fechando-a bem, colocando grades, cadeados, alarmes.
A ansiedade tem importante função como estado de alerta, um sinal para preservação da vida diante de ameaças de danos corporais, de dor, de separação, de morte de pessoa amada, de ameaça ao sucesso ou situação social, enfim, de ameaça à integridade pessoal. O estado de ansiedade diante destas situações é a resposta orgânica e psicológica para assumir as ações necessárias para evitar a ameaça ou pelo menos, atenuar suas consequências.
ANSIEDADE PATOLÓGICA
Quando a ansiedade eleva-se acima do baixo nível de intensidade característico de sua função como sinal, temos a ansiedade patológica, podendo expressar-se, neste caso, como uma crise de pânico. Na teoria psicanalítica os transtornos de ansiedade são denominados de transtornos neuróticos. É opotuno citarmos agora a diferença entre a ansiedade normal e a patológica segundo Rollo Mary.
A Ansiedade Normal não é desproporcional à ameaça objetiva; não envolve repressão ou outros mecanismos de conflito intrapsíquico; não requer mecanismos neuróticos de defesa para seu controle; pode ser enfrentada construtivamente ao nível de percepção consciente ou pode ser aliviada se a situação objetiva for alterada. A Ansiedade Patológica é o reverso da definição de normal. É uma reação desproporcional ao perigo objetivo; envolve repressão, dissociação e outras formas de conflito intrapsíquico; é controlada mediante várias formas de supressão de atividade e consciência, como as inibições, o desenvolvimento de sintomas e os diversos mecanismos neuróticos de defesa.
Em relação à neurose, Jung enfatiza que ela traduz "um conflito entre o Eu e uma força contrária relacionada aos conteúdos inconscientes". Segundo o eminente psicanalista, existe um intenso conflito, pois "todo neurótico luta pela preservação e domínio da consciência e pela subjugação das forças inconscientes contrárias". A pessoa luta por preservar a sua integridade mental. Nesta mesma linha de raciocínio, afirma Jung que há um perigo muito grande quando a pessoa deixa de lutar e "se deixa invadir e guiar pelos estranhos conteúdos do inconsciente, chegando a se identificar com os elementos mórbidos, ele fica exposto ao risco da esquizofrenia".
Fonte: Do Livro "Transtornos Mentais" (Suely Caldas Shubert)
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