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MARTINHO LUTERO  -  O REFORMADOR   (PARTE - I)

Data Inclusão: 26/12/2019
Data Alteração: 16/01/2020
Categoria: Religiões
Autor: Sigilo Mistico

MARTINHO LUTERO -  O REFORMADOR   -  (PARTE I)

Precursor da Reforma Protestante na Europa, Lutero nasceu na Alemanha no ano de 1.483 e fez parte da Ordem Agostiniana. Em 1.507, ele foi ordenado padre, mas devido as suas ideias que eram contrárias as pregadas pela Igreja Católica, ele foi excomungado.

IDEIAS  E  DOUTRINAS

Sua doutrina, Salvação pela Fé, foi considerada desafiadora pelo Clero católico, pois abordava assuntos considerados até então, pertencentes somente ao Papado. Contudo, esta foi plenamente espalhada, e suas inúmeras formas de divulgação não caíram no esquecimento, ao contrário, suas ideias foram levadas adiante e a partir do século XVI, foram criadas as primeiras Igrejas Luterana. Apesar do resultado, inicialmente o reformador não teve a pretensão de dividir o povo cristão, mas devido à proporção que suas 95 Teses adquiriram, este fato foi inevitável. Para que todos tivessem acesso às Escrituras que, até então, encontravam-se somente em latim, ele traduziu a Bíblia para o idioma alemão, permitindo a todos um conhecimento que durante muito tempo foi guardado somente pela Igreja.

Com um número maior de leitores do Livro Sagrado, a quantidade de Protestantes aumentou consideravelmente, e entre eles encontravam-se muitos radicais.  Precisou ser protegido durante 25 anos.  Para sua proteção, ele contava com o apoio do Sábio Frederico, da Saxônia.  (Sábio Frederico III, Príncipe-eleitor da Saxônia - entre 1.486 e 1.525 - Ele protegeu Lutero do Imperador e do Papa).  Lutero foi responsável pela organização de muitas Comunidades Evangélicas e, durante este período, percebeu que seus ensinamentos conduziam a divisão. Casou-se com a Monja Katharina Von Bora, no ano de 1.525, e teve seis filhos.

REFORMA LUTERANA   -   (Contexto Histórico)

No século XVI, a Igreja Católica teve seu poder político e espiritual contestado. Num momento em que várias mudanças sociais, econômicas e culturais ocorriam na Europa, o poder da Igreja já não representava os anseios, principalmente da Nobreza e da emergente Burguesia. Membros da própria igreja, como o Frade e Professor Martinho Lutero, propuseram uma ampla Reforma Religiosa, que deu origem às Religiões Protestantes.  A Reforma Luterana foi um Movimento de caráter religioso, surgido na Alemanha na Segunda década do século XVI, liderado por Martinho Lutero. Este Movimento criticava várias ações da Igreja Católica, propôs novos caminhos para o Cristianismo e resultou na criação da Igreja Luterana.  Este Movimento teve forte apoio da nobreza da Alemanha, desaprovou o capitalismo e a utilização do dinheiro.

PRINCIPAIS CAUSAS DA REFORMA LUTERANA

* Lutero era contrário à venda de Indulgência praticada pela Igreja Católica. De acordo com esta prática, bastava pagar à Igreja para se livrar dos pecados. A venda de indulgências foi um recurso usado para angariar fundos para a construção da Basílica de São Pedro.

* Centralização do poder nas mãos do Papa, assim como a concentração de terras.

* Descontentamento da nobreza alemã com o poder político da Igreja Católica.

* Crise Institucional e Moral pela qual passava a Igreja Católica naquele momento.

AS  95 TESES DE LUTERO

Em 1517, Lutero fixou as 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg. Estas teses criticavam a venda de indulgências, questionava o poder Papal e algumas práticas católicas, além de propor uma ampla reforma religiosa. Estas teses circularam pela Alemanha conquistando, principalmente a simpatia de Nobres (Príncipes e Senhores Feudais).  Em 1.520, o Papa Leão X, exigiu a retratação de Lutero. Este, não só não se retratou, como queimou em praça pública o documento papal. Foi excomungado e considerado herege. Protegido pelo Príncipe da Saxônia, se refugiou no Castelo de Wartburg.  Neste local, passou a traduzir a Bíblia para a língua alemã.

PRINCÍPIOS RELIGIOSOS DA DOUTRINA LUTERANA

Em 1.530, Lutero divulgou os principais princípios da Doutrina Luterana:

* Salvação pela fé;

* Presença da verdade somente na Bíblia;

* Extinção do Clero regular (Ordens religiosas);

* Livre interpretação da Bíblia, sem a necessidade de pregadores, padres e outros intermediários

* Eliminação de tradições e rituais nos cultos religiosos;

* Fim do celibato (proibição do casamento de padres, por exemplo);

* Proibição do uso de imagens nas igrejas;

* Uso do alemão nos cultos religiosos (não mais o latim como única língua);

* Eucaristia e batismo como únicos sacramentos válidos.

O ANTI-SEMITISMO EM LUTERO

Martinho Lutero tinha a expectativa de que os Judeus se convertessem ao Cristianismo, ou seja, ao protestantismo. Como isso não aconteceu, assumiu, nos últimos anos de vida, uma forte posição anti-judaica. Em seu livro "Sobre os Judeus e Suas Mentiras", de 1543, o reformador alemão defendeu o combate ao judaísmo. Sugeriu a perseguição aos judeus, a destruição de suas casas e Sinagogas, além do confisco de seus bens. Alguns historiadores afirmam que muitas das posições anti-semitas de Lutero, foram resgatadas pelos nazistas alemães.

SOBRE OS JUDEUS E SUAS MENTIRAS (Escritos de Lutero)

É um tratado escrito em Janeiro de 1543, pelo Teólogo Protestante Martinho Lutero, em que defende a perseguição aos Judeus, a destruição dos seus bens religiosos, assim como o confisco do seu dinheiro. Ainda que inicialmente, Lutero tenha tido uma visão mais favorável dos judeus, a recusa destes em se converter ao Movimento Protestante que se iniciara, levou Lutero a adotar diversas acusações e incentivar um anti-semitismo, juntamente com outras obras e ideais.

O TRATADO:

Lutero escreve que aqueles que continuavam aderindo ao Judaísmo "devem ser considerados como sujeira", escreveu ainda que eles são "cheios de fezes do diabo...que eles chafurdavam como um porco" e a Sinagoga é "uma prostituta incorrigível". Ele argumenta que as suas Sinagogas e escolas devem ser incendiadas, os seus livros de oração destruídos, Rabinos proibidos de pronunciar sermões, casas arrasadas e propriedades e dinheiro confiscados. Eles não devem ser tratados com nenhuma clemência ou bondade, não permitir nenhuma proteção legal, e esses "vermes venenosos" devem ser dirigidos a trabalho forçado ou expulsos para sempre. Ele também parece tolerar o assassinato de Judeus, escrevendo "temos culpa em não matá-los".

TRECHOS

"(...) Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares... Um Judeu, um coração Judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do Demônio, condenados às chamas do Inferno. Os Judeus são pequenos demônios destinados ao Inferno.  Queime suas Sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade... são inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte".   "Resumindo, caros Príncipes e Nobres que têm Judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal - os Judeus".

 

 

 

 

 

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