Data Inclusão:
16/12/2019
Data Alteração:
16/01/2020
Categoria:
Religiões
Autor:
Sigilo Mistico
CRISTIANISMO
Independentemente de termos ou não uma crença religiosa ou da religião que praticamos, conhecer a origem do Cristianismo é importantíssimo, pois essa doutrina tem influenciado a história da humanidade há 2000 anos. As origens medievais das Nações Européias são essencialmente cristãs. Historicamente, os fatos que fundamentaram o Cristianismo ocorreram durante o Império Romano, nos últimos séculos da Idade Antiga, que se estendeu de aproximadamente 3500 a.C. até 476 d.C. O Cristianismo surgiu à partir da doutrina dos homens que seguiram Jesus Cristo. Jesus foi um judeu que nasceu e morreu na região onde atualmente se situam a Jordânia e Israel, no Oriente Médio, território sob o domínio dos romanos no século I. Como a maior parte do Mundo Ocidental até hoje segue o calendário cristão, o ano I de nossa era é justamente marcado pela data aproximada em que Jesus nasceu. O destaque dado a esse personagem histórico, nascido em Belém (cidade localizada no Reino da judéia), deve-se ao fato de Ele ser considerado por seus seguidores como o filho de Deus.
PEDRO, PAULO E A BÍBLIA
Alguns judeus acreditavam que Jesus fosse o Messias, ou seja, o enviado de Deus para redimir a humanidade, de que falavam seus textos sagrados. Outros não. Assim, as autoridades judaicas passaram a perseguí-Lo. Segundo os registros deixados por seus discípulos - que depois foram a base para a segunda parte do livro sagrado dos cristãos, a Bíblia - Jesus foi morto na cruz pelos seus perseguidores e teria ressucitado, demonstrando seu poder divino. Essa crença no Messias foi, portanto, alimentada para além da morte de Jesus e veio a se construir numa religião. Os seguidores de Cristo, seus apóstolos (discípulos), como Pedro e Paulo, na década de 50 d.C., espalharam os ensinamentos e as histórias sobre Jesus em Roma e na Europa. Escreveram textos sobre a nova religião, que viriam a integrar o Novo Testamento, a segunda parte da Bíblia. A primeira parte, ou Velho Testamento, é o mesmo livro sagrado dos judeus, a Torá. Os fatos ali relatados foram sendo escritos no decorrer da história do povo Judeu (Hebreu), em mais de 4000 anos. Esses livros tiveram como base, os mitos e as lendas sobre a origem do mundo e acontecimentos vividos por esse povo. O que difere os judeus dos cristãos, é que os primeiros não acreditaram que Jesus fosse o filho de Deus e os segundos, sendo judeus na origem, abandonaram sua religião e passaram a expandir a fé em Cristo para outros povos, fundando para isso, uma nova Igreja, chamada Cristã.
O SURGIMENTO DA IGREJA
Os descendentes dos apóstolos, que começaram a espalhar o Cristianismo pelo mundo, eram chamados de Patriarcas. Assim, as comunidades constituídas pelos apóstolos foram se perpetuando mesmo após a morte deles, fazendo o Cristianismo se fortalecer como Igreja. "Igreja" vem da palavra grega "eclésia", que significa assembléia, representando, portanto, a reunião de homens que compartilham as mesmas ideias e práticas. Perseguidos pelos romanos durante séculos, os cristãos sofreram uma série de torturas. Foram acusados de incendiar Roma na época do Imperador Nero (54 a 68). De maneira geral, era comum se queimarem os cristãos vivos ou fazê-los serem devorados por feras, à vista de todos, nas arenas dos circos romanos. Essa repressão tinha o propósito de evitar que o Cristianismo continuasse a se expandir pelo Império. As ideias dos primeiros cristãos assustavam Roma, porque eles não concordavam com a adoração ao Imperador como deus vivo e pregavam igualdade entre os homens. Dessa forma, no decorrer dos séculos, essa religião de apelo popular, foi conseguindo cada vez mais adeptos. Os romanos, então, acharam conveniente se aproximarem dela do que continuarem a perseguí-la.
RELIGIÃO OFICIAL DE ROMA
Assim, em 313, o próprio Imperador Constantino, converteu-se ao Cristianismo e permitiu o culto dessa religião em todo o Império. Oitenta anos mais tarde, a história inverteu-se completamente. Em 391, o Cristianismo não só se tornou a religião oficial de Roma, como todas as outras religiões pagãs passaram a ser perseguidas. À partir do momento em que o Império resolveu tornar a religião cristã oficial para os romanos e todos os povos por eles dominados no século IV, a Igreja Cristã começou ganhar força, como uma instituição poderosa. Os patriarcas ou bispos do Cristianismo estavam espalhados pelo Império Romano em várias cidades: Alexandria, Jerusalém, Antioquia, Constantinopla e Roma. Segundo ordenou o Imperador em 455, o Patriarca de Roma passou a ser, à partir de então, a autoridade máxima de Igreja, sob a denominação de Papa.
CATÓLICA, APOSTÓLICA E ROMANA
Depois desse processo, a Igreja Católica foi consolidando o nome que resume os seus objetivos: Igreja Católica Apostólica Romana. Assim, ficou definido que essa instituição representa uma Assembléia (Igreja), seguidora dos Apóstolos de Cristo (Apostólica), com sede em Roma (Romana), que deveria espalhar a fé para todo o Universo (Católica significa Universal). Ainda em 325, o Imperador Constantino, havia promovido um encontro em Nicéia, com autoridades eclesiásticas para definir as principais crenças e normas que deveriam nortear a conduta dos cristãos. Esse acordo, foi chamado de Concílio de Nicéia e foi um marco na constituição da religião católica. No entanto, a consolidação definitiva do poder dessa Igreja, iria se dar nos séculos seguintes, à partir da Idade Média, que se inicia no século V. O Império Carolíngeo (século VIII e IX) e o feudalismo (principalmente nos séculos VII a XI), proporcionaram espaço econômico e poder político para a Igreja Católica se constituir na principal Instituição Medieval. É certo dizer que o Cristianismo tem suas raízes no Judaísmo. O Antigo Testamento preparou a fundação para o Novo, e é impossível compreender totalmente o Cristianismo sem um conhecimento básico do Antigo Testamento (livros de Mateus e Hebreus). Quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império romano, bispos passaram a ocupar posições de honra no governo, em mais ou menos 400 d.C. . Através dos próximos séculos, vários Conselhos se reuniram na tentativa de determinar a doutrina oficial da Igreja, criticar abusos por parte dos clérigos, e fazer um acordo entre os partidos que estavam lutando entre si. Quando o Império romano ficou mais fraco, a Igreja se tornou mais poderosa, e muitas discórdias passaram a acontecer entre as Igrejas do Ocidente e as do Oriente. A Igreja Ocidental Latina), localizada em Roma, clamava autoridade apostólica sobre todas as outras Igrejas. O bispo de Roma tinha até começado a se chamar de "Papa"(O Pai). A Igreja Oriental (grega), localizada em Constantinopla, não aceitou isso muito bem. Divisões teológicas, políticas, procedimentais e linguísticas contribuíram para o Grande Cisma do Oriente em 1054, no qual a Igreja Católica Romana ("Universal") e a Igreja Ortodoxa excomungaram uma à outra e quebraram todos os laços. Durante a Idade Média, na Europa, a Igreja Católica Romana continuou a ter poder, com os papas clamando autoridade sobre todas as áreas da vida e vivendo como Reis. Corrupção e avareza na liderança da Igreja eram muito comuns. De 1095 a 1204, os papas empreenderam uma série de cruzadas sangrentas e caras na tentativa de repelir avanços muçulmanos e de libertar Jerusalém. Com o passar dos anos, várias pessoas tentaram chamar a atenção aos abusos teológicos, políticos e de direitos humanos da Igreja romana. Todos tinham sido silenciados de uma forma ou outra. No entanto, em 1517, um monge alemão chamado Martinho Lutero, confrontou a Igreja, e todos os escutaram. Com Lutero, veio a Reforma Protestante, e a Idade Média chegou ao fim.
Fontes: